sábado, 8 de janeiro de 2011

"Uma experiência de vida"

Cria em mim, ó Deus, um coração puro Salmos 51:10

A dança é inevitavelmente vinculada ás possibilidades de expressão do ser humano, de qualquer forma trago a memória de como a dança esteve presente durante a minha vida.
Desde muito pequena ficava saltando, rodopiando e cantando pra lá e pra cá, até que encontrei a razão por dançar, ou melhor... a razão me encontrou primeiro.
Dançar para mim é contar a história das minhas emoções, é expressar o mais profundo sentimento, é entrar em outra dimensão simplesmente para tocar o céu e entregar a mais bela adoração a Deus.
A dança passou a fazer parte do meu relacionamento com Deus. Uma forma de expressar tudo aquilo que sinto, de contar histórias através de movimentos.
A prendi que antes de cada ministração de dança que eu faça, tenho que me esvaziar, deixar que Deus ministre em minha vida primeiro pra que assim, minha vida ministre às pessoas. 
A dança sempre esteve vinculada a minha vida. Sonhos de menina. Eu dançava em qualquer lugar por onde se tocava uma musica, em frente a televisão eu ficava dançando imitando os bailarinos dos programas de tv. Me lembro de como eu era chamada ..."a dançarina da familia"..., eu dançava de tudo, a qualquer hora em qualquer lugar, a unica coisa que me importava era de sempre dançar! 
Mesmo desde pequena amando dançar, eu não tive muitas oportunidades para desenvolver essa arte, devido a falta de cursos de dança, por morar em uma cidade pequena com poucos meios artísticos e também por recursos financeiros. Minha mãe não tinha dinheiro para pagar um curos de dança pra mim, além de pagar o curso era necessário o material, sapatilha, o tipo de roupa determinado e exigido para as aulas, e então eu fui crescendo, a dança se tornou apenas um detalhe na minha vida, pois faltava uma essência. Eu montava coreografias na escola, participava sempre dos eventos artísticos mas a dança ainda não era o que mais destacava em mim.
A arte sempre esteve presente na minha vida, é como se o primeiro ar que eu respirei quando saí do ventre da minha mãe estivesse cheio da arte entrando dentro de mim como virtude, e escrevendo a história da minha vida.
Já fiz bijuterias, sabonetes, cadernos de patch work, eu criava roupas para as minhas barbies, pintava quadros, desenhava roupas, cantava, fazia teatro, escrevia peças no ensino fundamental, poemas, fazia coposições de musica, tocava violão, teclado, piano, arrisquei na bateria.... ja fiz muitas coisas, eu sempre quis que a arte fluisse em mim como diz no livro de João 7:38.
Sempre fui dedicada e persistente, talvez até um pouco teimosa, quando eu queria aprender ou fazer algo eu me entregava, por mais difícil que fosse eu tentava, e prosseguia ate conseguir, não importava o preço, eu pagava pra conseguir e alcançar meu objetivo. "Não tentar" e "desistir" não faz parte da minha experiência de vida. Mas houve um momento, onde a essência da arte me encontrou primeiro onde tudo se completou e houve  uma razão por existir a arte na minha vida. 
A dança dentro de mim é tão intensa que me recordo de momentos marcantes com movimentos empolgantes.
PRA DANÇAR NÃO TEM HORA NEM LUGAR.
Minha casa sempre foi pequena demais, não tinha espaço pra dançar, nao tinha mesmo, e eu nao tinha um quarto só pra mim, então por nao ter espaço mas nao poder me conter em ficar parada eu usava o beliche de cima do meu irmão pra usar como barra, e fazer alongamentos, dançava em frente ao espelho do quarto mas era pequeno e comprido, mas nao tinha problema, a gente sempre dá um jeito; Antes de tomar banho eu enrolava dentro do banheiro porque começava a dançar em frente ao espelho da pia, fazia expressões, caras e bocas.. e na cozinha.. o campo minado da casa... era exatamente lá que eu me soltava mas onde eu mais me batia e me machucava. Ao lavar a louça, ouvia musica e no ritmo eu ensaboava os copos e pratos, parece loucura mas dava saltos e quase me esborrachava na cozinha.. De noite enquanto todos da casa estavam sentados no sofá da sala assistindo tv eu ficava sentada no chão pra alongar. Eu nunca dançava com os meus pais em casa ou perto me vendo.. eles me olham como se eu fosse uma doida.. nao discordo tanto, mas é diferente ser uma doida consciente e adorar a Deus pra mim é a loucura mais Feliz.
Mas como eu tinha dito, o tempo passa e a gente cresce, fui me envolvendo mais na dança, mais do que eu imaginava quando pequena.
SURPRESAS boas e/ou ruins.
Pra ser sincera o meu sonho de menina era ser cantora, hoje eu já nao sonho dessa forma, fui crescendo me encantando com a arte de dançar.
Entrei no ministério de dança "Simplesmente Adoração", o qual vou chamar a partir de agora de S.A, no final do ano de 2007, sem prática alguma de dança coreografada, principalmente espontânea, mesmo sem técnica alguma aos poucos fui entrando no ritmo, e descobrindo um chamado de Deus pra minha vida.
Em 2010, tive a oportunidade de ir com uma galera para o ENCONTRART , Encontro das Artes organizado pelo ministério de Artes Jeová Nissi em Ibiúna-SP. Uma semana intensiva de aprendizagem artística, técnica e voltado para ministrações. Confesso que comecei a aprender a dançar mesmo depois que voltei do Encontrart, comecei a colocar em prática no ministério de dança que eu fazia e ainda faço parte na igreja tudo que eu aprendi nessas aulas intensivas. Uma amiga minha, que também faz parte do ministerio de dança, foi ao encontrart e fizemos as aulas juntas, quando voltamos para nossa cidade, passamos o que aprendemos para o ministerio, e cremos que Deus abriu portas, barreiras e paradígmas foram quebrados, pra que a Dança fosse realmente usada de forma livre e espontânea manifestação do Espírito Santo através das nossas vidas.
Em 2011 fui novamente para o Encontrart, só que dessa vez com várias meninas do ministério de Dança.
Aprendemos muito, sabemos que o que fazemos pra Deus precisa ser bem feito, se os "bons" bailarinos conseguem porque nós não iríamos conseguir? então fomos buscando técnicas e cada vez mais ser cheia de Deus para poder transbordar e transmitir isso pra vida das pessoas.
Logo que comecei a trabalhar e receber o meu próprio dinheiro, fui logo numa escola de dança da cidade, a unica que oferece oportunidade pra poder desenvolver bem a dança e sendo assim com probabilidade de surgir novas oportunidades.
Mas não foi tão simples assim, eu já poderia pagar o curso com o dinheiro que recebia do meu trabalho, então fui até a escola de dança, na primeira tentativa não encontrei a professora, era uma outra pessoa que estava fazendo as inscrições mas no meu caso, eu precisaria falar direto com a professora de dança.
No fundo eu já sabia que seria difícil entrar nessa escola de dança, algumas amigas minhas faziam aula lá, e me contavam sobre as exigências. Não sou do tipo que desiste na primeira, voltei novamente na mesma semana, a professora estava sentada numa mesa, atendendo os alunos que iam fazer as inscrições, ainda me lembro o quanto eu suava frio pensando em como ela iria reagir.
EU VOU ATÉ O FIM.
Esperei todos saírem da sala, respirei fundo e entrei.
Comecei a falar, focada e confiante, mas não durou nem 2 min... Por eu não ter feito aula antes, e não ter um currículo de dança, não poderia fazer aula lá, teria que procurar um outro lugar. Prefiro poupar dos detalhes desse dia, foi difícil ser tão mal recebida, enquanto seu coração estava cheio de esperança. Saí chorando e fui embora pra casa.
Entreguei nas mãos de Deus, Ele sabe de todas as coisas, eu sempre pensava.."Eu queria fazer aula de dança, mas Deus sempre me colocava para ensinar". É difícil entender as "coisas de Deus".
Muitas vezes nos ensaios de dança, minhas amigas que fizeram e fazem aula de dança por muito tempo não conseguiam ou nem tentavam fazer algum movimento diferente ou aparentemente mais complexo. Minha vontade de dançar era tão grande que eu lembrava à alguma delas que eu nunca havia feito aula de dança mas faria esses movimentos não pela técnica mas pela força de vontade.
Ruim era ver as pessoas reclamando da professora que ficava mandando levantar a perna mais alto, girar direito, arrumar o braço.. Eu pensava; "deve ser bom ter alguém pegando no seu pé pra você se tornar melhor" . Os melhores bailarinos tiveram os professores mais exigentes!
Eu sempre conto nas oficinas que meu maior professor tem sido minha força de vontade.
Escrevendo assim parece que é tudo tão fácil, tão simples.. Não é bem assim.
Tantas outras coisas me fizeram pensar em desistir, por exemplo, em 2010 começamos com um grupo de dança para os adolescentes, estilo hip hop, mais descontraído e usávamos um pouco mais de força. Nesse ano eu ainda treinava volei, o qual eu fazia parte da seleção da minha cidade, e também comecei a tocar violão nesse mesmo ano. Três atividades que forçavam meu pulso.
Durante os treinos de volei comecei a sentir muitas dores no pulso esquerdo, fui deixando passar, não dava pra ficar faltando e nem parando nos treinos. Me lembro de um dia de treino pesado, senti muita dor e parei um pouco pra descansar o pulso, meu treinador buscou uma faixa para colocar em mim pra poder voltar ao treinamento. A dor foi piorando, pra dançar, jogar e tocar estava ficando complicado, fui ao médico fiz alguns exames diminuí bastante a frenquencia dos exercícios com o pulo esquerdo, fiz fisioterapia durante um tempo e passou, melhorou muito.
Sofri de tendinite no pulso esquerdo, confesso que foi um período complicado, por sentir dores, o desânimo vem e etc.
TEM GENTE QUE ME FAZ TÃO BEM.
Os problemas, as dores, não são nada quando estou perto de alguem que me faz tão bem.
Algumas pessoas são essenciais na nosa vida, mudam o nosso dia, dão aquele brilho, faz você acreditar que não é pra olhar pra trás, mas avançar porque os sonhos de Deus jamais vão morrer. (Obrigada Deus por essas pessoas essenciais na minha vida).


(Concluindo..)

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